segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Deveríamos ter mais Marcos.

Gostei muito da declaração do goleiro Marcos, do Palmeiras, sobre o comportamento de um grupo de torcedores que usam de violência para demonstrar a sua insatisfação, como alguns do Corinthians que, revoltados com a eliminação da pré-Libertadores, apedrejaram os carros dos jogadores. “Hoje eu vou para casa e nem vou dormir direito porque a derrota me deixa chateado, mas não vou bater na minha mulher nem apedrejar o carro de ninguém (...). Afinal, isso é só um jogo. Gostaria que a torcida tivesse o mesmo ímpeto quando descobre que tem político corrupto que desvia dinheiro que deveria ser usado para construir casas populares e ajudar aos pobres. Aí ninguém vai pra Brasília apedrejar carro de político corrupto. Acho que as pessoas deveriam prestar mais atenção no país do que no futebol.” Em suma, jogou na cara dos desavisados que, no Brasil, se despende energia em coisas erradas.

Eu praticamente aplaudi. Não sou a favor de violência, pelo contrário! Mas entendi o que o Marcão quis dizer. Que deveríamos unir forças não para apedrejar carro de atleta que perde jogo, mas para protestar por um país melhor, lutar por igualdade social, contra preconceitos, enfim, por assuntos sérios. Futebol para eles é trabalho, mas para nós deveria ser diversão, não fanatismo, tampouco pretexto para incentivar preconceitos e violência. É bom saber que entre tantos atletas mercenários, que só pensam em dinheiro sem fazer em campo por merecer seus altos salários, há aqueles que servem de exemplo não apenas por darem o melhor de si naquilo que fazem, mas que têm bom caráter, que são politizados e que sabem aproveitar uma oportunidade para tentar conscientizar um pouco os telespectadores que os assistem. Como a história do beija-flor que joga, com o bico, água para tentar apagar o incêndio na floresta, Marcos aproveitou o espaço e sua notoriedade para fazer a sua parte. Pena que existam poucos como ele.

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