Um par de micos.

Eu tenho dessas. Pago micos adoidado.
Dia desses, depois de uma manhã humilhante e estressante no trabalho, me arrastei até o restaurante pedindo ao Papai do Céu que me desse uma alegria: bife e batata frita no buffet... Nada muito extravagante, meu pedido. Eu sou simples, facinha de agradar.
Aí eu chego na frente do buffet e vejo que minhas orações foram atendidas. Sem nem me dar conta abri um sorrisão, feliz da vida, olhos brilhantes! Até a moça que pesa o prato teve que sorrir também. Só eu mesmo... Já não basta as crises de riso no meio da rua quando estou ouvindo o Pretinho Básico...

Então noite dessas eu na esquina de casa, um frio daqueles. Uma senhora pára o carro ao meu lado e pergunta se no chalé logo adiante morava alguém. Eu disse que sempre via uma senhorinha com um gato. Pois não é que vinha uma fumaceira justo da casa da velhinha? Pra quê? Fomos a mulher e eu até a casa, quase arrombamos a porta, achando que era incêndio, querendo salvar a velhinha, eu pronta pra chamar os bombeiros. Nisso sai um rapaz da casa, dizendo que era só a lareira do vizinho que mora no porão...

A intenção era boa, ao menos.
Não é à toa que mudei o nome do blog para super natural Dani. Um bom trocadilho, by the way...

Por que eu acho os animais melhores que as pessoas.

Ando muito chorona. Ontem, a caminho de casa no final da tarde, um frio desgraçado, vi um desabrigado, desses que têm uma carroça para catar coisas, deitado na garagem de uma oficina. Onde ele estava o vento não pegava, porém era muito frio da mesma forma. Mas o que mais me chamou a atenção foram os dois cachorros dormindo bem juntinhos dele, uns esquentando os outros. Nenhum dos dois tinha coleira ou mesmo um fio que os prendesse, os obrigando a ficar ali. E eles são espertos o bastante para buscar outro dono, se assim quisessem. O cara deve passar fome, além de frio, mas os cãezinhos ficam ao seu lado, enfrentando as dificuldades juntos, não o abandonam. O que prova que os animais são melhores que muitas pessoas, pra não dizer a maioria.
Fiquei emocionada e ao mesmo tempo me senti impotente. Pago impostos que são desviados em vez de investidos nos problemas sociais dessas pessoas. E não há nada que eu possa fazer por esse e outros tantos homens que dormem nas ruas por aí. Não pude nem comprar um sanduíche que fosse porque estou sem dinheiro, já que não recebi. Só fiz uma oração por eles antes de dormir na minha cama quente, cercada de gatos. Temos algo em comum, os animais que nos fazem companhia. E eu entendo o homem, pois também não iria para o albergue se tivesse que abandonar meus amigos peludos por um abrigo temporário.
Enfim, já não gosto mais tanto de inverno.
Enquanto isso, o Ministério Público processa o músico gaúcho Tonho Croco por ter feito uma música em protesto contra os ilustres deputados que deram um aumento de 75% aos próprios salários no final do ano passado. Disseram que é um atentado à honra. Mas que honra tem um deputado que faz isso enquanto seus eleitores dormem na rua, ao relento, no frio?
Só no Brasil mesmo...

O poder de uma fêmea desprezada.

Damasco tem um leãozinho de pelúcia que usa para “namorar”. O pobre já está meio pelado, meio rasgado. Até comprei outro, mas meu loiro não quis saber dele.
Pois bem.
Dia desses, Misha em seu segundo cio, entrou no quarto e deu de cara com o Damasco no ato com o bichinho. Pra quê!!! Ela esticou o pescoço ao mesmo tempo em que arregalava seus olhinhos de coruja numa clara expressão de “como assim? Eu aqui louca pra ‘dar’ e o cara ali se refestelando com um leão de pelúcia?”
Se eu já achei isso engraçado, o que veio depois me fez ter uma crise de riso daquelas de escorrer lágrimas dos olhos. Minha pretinha se jogou no chão, rolou de um lado pro outro enquanto miava alto e desesperadamente, reclamando por ter sido desprezada e tentando chamar a atenção. Foi hilário!
E depois tem gente que diz que os animais não pensam.
(Nota: o protesto não gerou resultados. Minha bebê segue uma moça pura!)