Misha tem aprontado das suas. O Damasco também fazia das suas, derrubava coisas que não devia, quebrava bibelôs, roia o que estava ao alcance, me escalava, miava o dia todo até ter pelo menos um mês, chegou a pular da janela do apartamento (sorte que era terceiro andar e tinha grama no pátio).
Mas a Misha é totalmente diferente. Além de mais dengosa, as travessuras dela são outras. Nos últimos dias ela rasgou um pacote de pão para comer o que tinha dentro, roubou presunto, rasgou cortina de banheiro, ficou presa em roupeiro. Mas, sem dúvida, a estripulia que mais chamou a atenção e que gerou um ataque de risos que me arrancaram lágrimas dos olhos aconteceu noite dessas, quando eu me preparava para dormir. Fiz o xixizinho básico, levantei para vestir o pijama, e quando dou por mim dona Misha pula pra dentro do vaso sanitário. Foi pá-pum, entrar e sair, molhando todo o banheiro. Nota: eu não tinha puxado a descarga. Ou seja, tive que dar banho na figura, que parecia uma coruja de tão arregalada. Sem contar que precisei limpar o chão. Tudo aos risos. Pobrezinha. Não há rotina quando se tem gatos por perto.