sábado, 9 de outubro de 2010

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No programa de ontem o Rafinha Bastos também mostrou o comércio de produtos piratas e abordou um ponto que eu, pelo menos, nunca vi ser apresentado em rede nacional. Normalmente o que se vê são campanhas contra a pirataria, dizendo que estimula o crime, alimenta o tráfico e talicoisa. Eu sempre fui contra este tipo de campanha simplesmente porque as acho hipócritas e já fui muito criticada por isso. Mas sigo convicta de que não se pode exigir que as pessoas deixem de comprar “réplicas” em um país onde a maioria da população recebe um salário vergonhoso que mal dá pras contas! Afinal, ninguém compra produto pirata por opção, mas sim, pela falta dela.
Um dos entrevistados disse bem: “se eu pudesse comprava o original, coisa boa, porque todo mundo quer o melhor para si, mas não dá porque é muito caro”. Resumiu a ópera com perfeição. Eu mesma tenho uma lista de CDs, DVDs e livros que gostaria de comprar e que parece não ter fim. Mas depois de pagar aluguel, água e luz o que resta vai praticamente todo para alimentação. Então me contento em ir a uma lan house duas vezes por semana fazer downloads do que consigo encontrar e ainda por cima me sentindo privilegiada por ter acesso à internet, mesmo que em um ambiente público. Não é pirataria, mas no frigir dos ovos dá na mesma. De original lá em casa muito pouco, como os DVDs de Supernatural comprados com sacrifício, um e outro livro do David Coimbra e alguns CDs antigos, adquiridos tempos atrás, quando a situação era bem outra. Então, antes de levantar bandeiras contra a pirataria, que tal se engajar em campanhas por uma educação de qualidade e salários melhores? Resolveria este e outros problemas de quebra. Não é simples, mas é viável. Bastaria ter políticos honestos nos representando.


Retiro o que eu disse. “Políticos honestos” é mesmo uma utopia. Mal combinam na mesma frase.

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