segunda-feira, 15 de junho de 2009

Sol, bergamota e cachorro.

Desde que mudei para a casa nova recuperei algumas facilidades perdidas durante o tempo em que morei no apartamento anterior, como ter tomada no banheiro para o secador de cabelo, uma cozinha espaçosa e o fato de poder usar a pia, o que não podia antes por ter usado o ponto de água para a máquina de lavar roupa. Isso anda até me inspirando a cozinhar, coisa que não sou muito chegada.

Mas não foi apenas nas coisas práticas que a minha vida ficou melhor. Resgatei alguns pequenos prazeres que havia deixado de lado e aproveitei o final de semana prolongado com eles. Nem lembro há quanto tempo eu não usava o tempo livre para sentar ao sol, ouvir boa música e comer bergamota. Porque bergamota, ou mexerica como chamam em outros estados, é coisa que se deve comer ao ar livre. Em apartamento sem sacada, nem pensar! Ou se corre o risco de ficar fedendo a fruta por uma semana.

Comi muita bergamota e laranja sentada ao sol no tempo em que morei em casa na companhia do meu cachorro. O Reyzinho, misturinha de fox paulistinha com pequinês, era outro adepto dos prazeres de inverno e aproveitou bem cada um deles ao longo de seus 16 anos de vida. Pois não é que até isso eu resgatei ao me mudar? Como moro nos fundos, acabo dividindo o pátio com as vizinhas da casa em frente. E uma delas tem um cão. Dois, na verdade, o Duque e o Toby, mas só o primeiro fica solto.

Nossa amizade se iniciou já no primeiro dia e está mais estreita a cada dia. Ele protege a casa e em troca eu dou carinho, até porque eu não resisto àquele olhar pidão que só os cachorros sabem fazer. Então, no sábado, fui eu, meu MP4 e algumas bergamotas para o sol, com o Duque no encalço. Resolvi tentar dar um gomo da fruta para ele experimentar. Cheirou, desconfiado, me olhou com cara de quem pergunta “que diabos é isso?”, pegou delicadamente com a boca e resolveu provar pra ver qual era. Gostou. Tanto que ontem, domingo, quando me preparei para mais uma rodada de sol e bergamota, lá estava ele prontinho para ganhar a sua cota, sem a desconfiança do dia anterior. E foi ali, palmo a palmo, um gomo pra mim, outro pra ele.

A felicidade é mesmo feita de pequenos prazeres. Até os cães aprendem isso.

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